Com a modernização e o aprimoramento dos métodos científicos a Geografia se viu diante de cinco paradigmas que servem até os dias atuais como padrões ou modelos para seus estudiosos.
Determinismo Ambiental
![]() |
Friedrich Ratzel |
O primeiro paradigma está ligado ao Determinismo ambiental (ou geográfico), ou seja, à ideia que justifica o intenso desenvolvimento das potências da Europa e da América, alegando que estes se desenvolveram perante os outros não por questões raciais, econômicas, políticas ou culturais, e sim por estarem em um território com vantagens no meio ambiental, além de afirmar que o desenvolvimento do homem depende diretamente das condições ambientais, podendo interferir na sua capacidade de progredir.
Esta teoria foi "orquestrada" pelo geógrafo e etnólogo Friedrich Ratzel, inicialmente na Alemanha, no século XIX.
A partir daí Ratzel criou o termo Lebensraum, em alemão, que significa espaço vital: "Toda a sociedade, em um determinado grau de desenvolvimento, deve conquistar territórios onde as pessoas são menos desenvolvidas. Um Estado deve ser do tamanho da sua capacidade de organização."
Este termo serve para justificar o expansionismo (dominação do território de nações pobres por nações mais desenvolvidas), afirmando que os países com condições ambientais deveriam expandir este espaço vital diante dos países menos desenvolvidos.
Este termo serve para justificar o expansionismo (dominação do território de nações pobres por nações mais desenvolvidas), afirmando que os países com condições ambientais deveriam expandir este espaço vital diante dos países menos desenvolvidos.
Possibilismo
![]() |
Paul Vidal de La Blache |
O possibilismo foi um paradigma criado por Paul Vidal de La Blache, este ligado também ao Determinismo geográfico, porém vê o ambiente como fornecedor de possibilidades de mudanças ao homem. Segundo sua teoria, o homem é o principal agente na Geografia e em suas mudanças, e não mais a natureza, ao contrário do que afirmam os deterministas.
Assim, os países pobres poderiam se desenvolver, contanto que suas populações seguissem as orientações da elite europeia.
Método Regional
Esta escola foi estruturada por Richard Hartshorne e Alfred Hettner. O método consiste em dividir a natureza em regiões, seguindo critérios de similaridade e diferenciação.
Segundo o método, os espaços eram divididos em classes de área, nas quais os elementos mais homogêneos determinariam cada classe, e assim as descontinuidades destes trariam as divisões das áreas. Este pensamento geográfico ficou conhecido como método regional.
Isto tornou diferenciação como um importante objeto da Geografia moderna.
Nova Geografia
Também chamada de Geografia pragmática e Geografia quantitativa, é uma corrente de pensamento surgida no contexto pós Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, numa necessidade de exatidão e de conceitos mais teóricos ligados a estatísticas matemáticas, além de justificar a crise econômica dos países capitalistas de Terceiro Mundo após a grande guerra, com estatísticas como seu PIB (Produto Interno Bruto).
Veja algumas características:
- Todo o conhecimento é apoiado na experiência (empirismo);
- Defende a existência de uma linguagem comum a todas as ciências;
- Recusa o dualismo científico entre as ciências naturais e as ciências sociais;
- Defende um maior rigor na aplicação da metodologia científica;
- Usa técnicas de estatística e matemática;
- A investigação científica bem como os seus resultados devem ser expressos de uma forma clara e lógica através de uma linguagem matemática.
Geografia Crítica
O último paradigma critica as outras escolas, apoiando o rompimento da neutralidade no estudo da geografia e propõe engajamento e criticidade junto a toda a conjuntura social, econômica e política do mundo. Estabelece também uma leitura crítica frente aos problemas e interesses que envolvem as relações de poder e pró-atividade frente as causas sociais, defendendo a diminuição das disparidades sócio-econômicas e diferenças regionais, aproximando-se dos ideais marxistas. Defendia ainda a mudança do ensino da geografia nas escolas, ao estabelecer uma educação que estimulasse a inteligência e o espírito crítico.
