domingo, 15 de novembro de 2015

Brasil Democrático — Governos de 1945 a 1964


  
  Logo após a ditadura do Estado Novo, a qual seu líder, Getúlio Vargas foi deposto, foram feitas novas eleições para presidente da república. Nela, o vencedor foi Gaspar Dutra, do PSD. (Partido Social Democrático)


Governo Dutra (1946 – 1951)


  Inicialmente teve que ser marcada uma Assembléia Constituinte, já que a Constituição de 1937 (também chamada de Polaca), da época do Estado Novo, concedia poderes extraordinários ao Presidente da República. A Constituição de 1946, a quarta da república e a quinta na história do Brasil, restabelecia eleições diretas para presidente, governadores e prefeitos, garantia liberdade de crença, igualdade de todos os cidadãos perante a lei, além da liberdade de manifesto.




  O governo de Dutra foi marcado pelo começo do que se chama Guerra Fria, em que os países tinham que escolher o bloco de influência que desejariam apoiar (EUA / União Soviética). Os poucos países da África que não escolheram um lado tiveram grandes prejuízos.

   Dutra teve que fazer esta decisão, que foi óbvia, devido ao apoio do Brasil aos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial: o Brasil apoiou os EUA.
   Para consolidar a dominação americana, Dutra tornou ilegal o PCB (Partido Comunista Brasileiro) e mandou a cassação de seus membros, além de romper relações diplomáticas com a União Soviética.




  Gaspar Dutra também criou o Plano S.A.L.T.E., que visava investir nas áreas de saúde, alimentação, transporte e energia. Infelizmente apesar do plano conseguir algumas obras, não foi bem sucedido como esperado, devido à falta de recursos. 
  Uma ação polêmica tomada pelo presidente foi a proibição dos jogos de azar em 1946.


  O próximo presidente será novamente Getúlio Dornelles Vargas, eleito constitucionalmente com mais de 40% dos votos pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).


Governo Vargas (1951 – ☩1954)

  

  O lema do governo de Vargas foi "O petróleo é nosso!". Em seu governo, criou a Petrobrás e um amplo projeto nacionalista em relação ao petróleo, e quis uma política externa mais independente. 
  Em meio a isso surgem conflitos entre os nacionalistas e os "entreguistas". Enquanto os nacionalistas o uso do petróleo na indústria brasileira, os liberais defendiam o uso do petróleo por empresas estrangeiras.


  Entre as outras obras de seu governo, houve um ajusto salarial de +100% aos trabalhadores por parte de seu Ministro do Trabalho João Goulart, que foi demitido logo após o projeto por desagradar o Congresso. Além disso, criou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE, depois chamado de BNDES)

  Um fato mudou o rumo de seu governo e de sua vida: em 1954, ocorreu um atentado na Rua Toneleiros contra o jornalista e principal opositor de Vargas, Carlos Lacerda. Lacerda tomou um tiro no pé, enquanto o homem do seu lado foi morto, o major Rubens Vaz. Para azar de Getúlio, o criminoso era o chefe de sua segurança pessoal.

   Aproveitando-se disso, os jornais opositores ao governo varguista e o próprio Lacerda exigiram a renúncia do presidente, com o apoio do Exército.
   Em virtude da pressão pela renúncia, em 24 de Agosto de 1954 Vargas se suicida com um tiro no coração.

  Café Filho, vice-presidente então assume a presidência até o fim do mandato previsto de Vargas.
  O próximo presidente a ser eleito foi JK (Juscelino Kubitschek) pelo PSD. A UDN, liderada por Carlos Lacerda e inconformada por ter perdido, tentou dar um golpe, porém falhou devido a ajuda do general Henrique Teixeira a JK.

Governo JK (1956 – 1961)



 Juscelino foi eleito com o slogan "50 anos em 5". Seu objetivo era desenvolver o país em 50 anos durante seu mandato.
Para isso, abriu o país para o K (capital) estrangeiro e criou o Plano de Metas. plano que investiria nas áreas de energia, transporte, indústria, alimentação e educação, investindo milhões nas indústrias de base e em hidrelétricas. 
    Com o grande investimento em infraestrutura, logo vieram várias empresas automobilísticas famosas para o Brasil, como a Volkswagem e a Ford, fazendo o governo investir em rodovias ao invés de ferrovias.

   O governo de JK teve pontos positivos e negativos. Enquanto o PIB anual chegou à média de 8% e houve a construção de Brasília, nova capital, ao mesmo tempo JK permitiu que a inflação anual chegasse a 30,5%, e deixou uma imensa dívida externa com o FMI.


  O próximo presidente será Jânio Quadros, que será eleito com o slogan de "varrer a corrupção". Seu governo terá somente 7 meses, e depois quem assumirá é João Goulart (apelidado de Jango).

Governo Jânio e Jango (1961; 1961 – 1964)




  Durante seus poucos meses de governo, Jânio tomou ações polêmicas e de pouca importância em relação a situação decadente que estava o país.
   Sem um plano econômico que contivesse a inflação (que só será resolvida por FHC em 1994 com o Plano Real) e o crescimento da dívida externa, Jânio acabou perdendo sua popularidade e apoio no congresso.
   Além disso, tomava ações de pouca importância, como a proibição das brigas de galo, de lança-perfumes e do uso de biquíni feminino. 
   
   Jânio também foi acusado de ser comunista por tomar uma série de medidas polêmicas, como tentar a reaproximação com a URSS e condecorar Che Guevara com a medalha Cruzeiro do Sul.
   Sem conseguir conter a pressão da crise, Jânio renuncia após 7 meses de mandato, afirmando que "forças terríveis" estavam contra ele.


  Com medo da posse do vice-presidente João Goulart por pensarem que ele estava conspirando com o comunismo, o Congresso aprovou no Brasil um regime parlamentarista, em que o Primeiro Ministro (indicado pelo Congresso) teria poderes acima aos do presidente. O indicado foi Tancredo Neves, que morreu antes de tomar posse.
   Fazendo uma votação para decidir como seguiria o país, o presidencialismo vence, e Jango finalmente toma posse como presidente. 





  Jango propôs as reformas de base, que seriam reformas nos campos educacional, fiscal, político e agrário, desagradando aos partidos de oposição e aos militares.

  Em seu governo, Jango cria também os Planos Trienais, um plano econômico com o objetivo de desenvolver o Brasil em um prazo de três anos, coletando recursos durante esse tempo.
   Infelizmente este plano também é fracassado, pois foi deposto por um golpe militar em 1964, já que estava visto como uma ameaça comunista pelos militares.


Com o golpe militar, se encerra esta fase de governos e se inicia a trágica Ditadura Militar.


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